terça-feira, 25 de novembro de 2014

O Segredo das Profecias. Luiz G Alvarenga. «Uma das mais espectaculares formas de adivinhação, que é uma forma de vidência, é o método da ‘varinha adivinhatória’, ou “rabdomancia”. Tal método faz uso de uma pequena vara de avelã cortada em forma de forquilha. Alega-se que o ‘vedor’, como é chamado, é capaz de detectar…»

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Por que os homem deseja conhecer o futuro
«(…) A capacidade de profetizar, prever ou adivinhar exerce um poderoso fascínio, dos povos mais primitivos até os mais civilizados. Em todas as épocas existiram variadas formas de adivinhação, surgidas em razão do temor e da vulnerabilidade do homem frente ao desconhecido, o qual busca tanto conhecer o presente quanto predizer o futuro. As artes adivinhatórias eram conhecidas na antiga Grécia, na China, e até mesmo nos recuados tempos babilónicos. Com efeito, a mais antiga arte ou ciência da previsão, a astrologia, surgiu na remota Caldeia e era praticada pelos sacerdotes da época. Um dos mais antigos livros do mundo, o I Ching, é um livro de adivinhações, e exerceu uma profunda influência na filosofia de Confúcio, que o tinha em alta conta. Mesmo recentemente, um pensador do porte de Carl G. Jung, arriscando a própria reputação, não hesitou em classificá-lo como um dos livros mais fascinantes do mundo, após estudá-lo a fundo. Jung chegou até mesmo a escrever um livro em parceria com o físico Wolfgang Pauli, Sincronicidade: Princípio de Conexão A-Causal, onde procuraram explicar as coincidências em geral, como também os princípios pelos quais o livro I Ching poderia funcionar. O Tarot, ou cartas do Tarot, é outro processo de adivinhação que possivelmente tem origem tão recuada no tempo, que não se sabe de onde surgiu. O autor Gerard Encausse afirma que ele originou-se entre os ciganos, em uma época recente, mas é refutado por Court Gébelin, que afirma que estas cartas possuem origem egípcia. Na antiguidade costumava-se praticar a chamada aruspicina, ou leitura das entranhas, que tanto podiam ser de animais quanto de seres humanos sacrificados. As vísceras eram estudadas com cuidado, e de suas condições gerais, o adivinho fazia os seus presságios. A herospacia, praticada na Roma antiga, era a leitura do fígado, cuja superfície deveria estar bem brilhante, servindo de espelho para reflectir as imagens que se procurava ver. Também ossos, conchas, folhas de chá, grãos de cereais e até líquidos podiam ser utilizados com o objectivo de adivinhação. Outro meio de prever o futuro, ou o destino individual, era pelo estudo das disposições gerais de várias partes do corpo humano. O método que era mais conhecido e praticado era o do estudo das linhas da mão, ou quiromancia. As origens deste método são desconhecidas, mas acredita-se que tenha surgido inicialmente na China e na Índia. Entre os antigos navajos americanos, era praticada uma forma de adivinhação que utilizava o tremor das mãos, conseguido através de transes. Tal prática, que possui uma variante curativa, não desapareceu de todo, conservada que foi pelos índios navajos das reservas situadas no Arizona, Novo México, Utah e Colorado, nos EUA.
Uma das mais espectaculares formas de adivinhação, que é uma forma de vidência, é o método da varinha adivinhatória, ou rabdomancia. Tal método faz uso de uma pequena vara de avelã cortada em forma de forquilha. Alega-se que o vedor, como é chamado o rabdomante, é capaz de detectar cursos subterrâneos de águas, jazidas minerais, petróleo, tesouros, e até mesmo coisas ou pessoas perdidas, apenas pelo uso de sua vara bifurcada. O método de leitura, ou método de prospecção, é tão somente andar pelo terreno com a vara na mão, esperando que ela se curve repentinamente, o que faz omente nos locais procurados. É uma frustração para os geólogos profissionais quando constatam, com desalento, que a leitura rabdomântica é mais simples, barata e confiável do que os seus dispendiosos esforços de perfuração, os quais se baseiam em prospecções e indícios que nem sempre se revelam confiáveis. Isto não impede as grandes companhias de utilizarem os serviços dos rabdomantes. Afirma-se até que a empresa petrolífera Occidental Petroleum foi uma das primeiras a comprar poços produtores de petróleo descobertos por eles. Uma variante mais conhecida deste método é o uso de pêndulos, que podem ser feitos dos mais diversos e variados materiais que se possa imaginar, desde cristais, metais, plásticos, etc. Outra forma de tentar prever o que o destino nos reserva é pela interpretação dos sonhos. A mente adormecida, com efeito, parece tornar-se susceptível de receber mensagens que ultrapassam as fronteiras do espaço e do tempo. Os sonhos, em tais condições, tornam-se vivos e intensos, com uma característica emocional marcante. O sonhador como que fica perdido em uma região irreal, actor e espectador de eventos arbitrários que simulam a realidade quotidiana. Em tais condições, o sonhador entra em contacto com personagens fantásticos, mitológicos, e tem acesso a mensagens e informações que, muitas vezes, são intensamente intuitivas e imaginativas. Existem exemplos abundantes de pessoas que imaginaram histórias, compuseram músicas ou então realizaram descobertas científicas que lhes escapava durante a vigília.
O poeta Samuel Coleridge uma vez adormeceu após tomar um sedativo à base de ópio. Ele estava lendo um livro, e a última frase que leu foi …aqui neste lugar, o Kublay Khan ordenou a construção de um palácio. Quando acordou, passadas três horas, ele tinha na sua mente pelo menos 200 versos de uma poesia de extrema beleza. Imediatamente tomou da pena e começou a transcrevê-los, mas após escrever 54 versos, foi interrompido por um visitante. Quando este se foi, sua inspiração já não era a mesma, e ele não escreveu mais nada de sua obra-prima. O químico alemão Friedrich Kekulé somente conseguiu completar uma pesquisa que fazia a respeito da estrutura molecular do benzeno, num sonho. Neste, ele viu os átomos da molécula como se estivessem em uma dança, após a qual eles se transformaram em uma cobra que engolia a própria cauda». In Luiz Gonzaga Alvarenga, O Segredo das Profecias, Profecias, Oráculos e Adivinhações, Ocultismo, Wikipédia, 1996-2006.

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