segunda-feira, 4 de maio de 2015

Os Reis Voltaram-lhe as Costas. Alícia Gallotti. «É em 1971, quando Diana tinha apenas nove anos, que o príncipe Carlos, que então contava vinte e dois, conhece Camilla Shand, futura mulher do oficial Andrew Parker Bowles, que o passar dos anos demonstrou ser o único e verdadeiro amor de Carlos»

jdact e wikipedia

O povo abriu-lhe o coração
«Diana conhecia o príncipe Carlos desde 1965. Ela tinha então quatro anos, ele dezassete; treze mais do que ela. Ambos se encontraram numa festa infantil que se celebrava no palácio de Sandrigham, uma das residências reais britânicas, onde também estavam os irmãos de ambos. É fácil imaginar que naquele dia Diana compartilhou os seus jogos e correrias com o príncipe André, mais próximo dela por idade e com quem os Spencer esperavam, e não só esperavam, mas durante um tempo estiveram a manobrar em segredo para esse fim, que um dia a sua filha mais nova contraísse matrimónio. Da mesma maneira, é fácil imaginar que o príncipe Carlos deve ter reparado mais em Sarah, a primogénita dos viscondes. De facto, ao longo dos anos, o príncipe foi visto com Sarah Spencer em diversas ocasiões, o que finalmente provocou as consequentes suspeitas e rumores nos meios de comunicação mais sensacionalistas, que trataram de averiguar que tipo de relação havia entre Carlos de Inglaterra e Sarah, se realmente eram algo mais do que amigos... A jovem foi contundente quando foi interrogada a esse respeito por um jornalista. Disse que ela não se casaria com ninguém sem estar apaixonada, mesmo que a pedisse em casamento o próprio rei de Inglaterra. A questão ficava fechada e durante algum tempo continuaram abertas as hipóteses sobre quem seria a mulher que se casaria com o herdeiro da Coroa britânica, cuja vida amorosa havia já algum tempo estava a ser motivo de graves preocupações e dores de cabeça para Isabel II.
É em 1971, quando Diana tinha apenas nove anos, que o príncipe Carlos, que então contava vinte e dois, conhece Camilla Shand, futura mulher do oficial Andrew Parker Bowles, que o passar dos anos demonstrou ser o único e verdadeiro amor de Carlos de Inglaterra. Infelizmente para todos os protagonistas desta história, palácio de Buckingham não viu com bons olhos a relação entre o príncipe de Gales (Carlos tinha ganho este título em 1969) e Camilla, uma mulher dois anos mais velha do que o herdeiro, e fez-se o possível e o impossível para que tal relação não continuasse, embora evidentemente se tenha fracassado. Carlos quis casar-se com Camilla imediatamente, mas encontrou a oposição frontal da rainha, que alegou que ele era demasiado jovem para contrair matrimónio. No entanto, a verdadeira razão da sua negativa era outra: Isabel II e a família real em geral não gostava de Camilla Shand, essa mulher não encaixava no protótipo de esposa que se tinha pensado em Buckingham para o príncipe Carlos. Apesar de todo, os dois jovens continuaram a ver-se durante algum tempo, mas finalmente, perante a evidência de que nunca seria aceite pela rainha, Camilla decidiu casar-se com um antigo namorado, o oficial Andrew Parker-Bowles. Carlos, pelo seu lado, não se decidia por nenhuma das candidatas a esposa que contavam com o beneplácito de Isabel II, e optou por continuar a ser um dos solteiros mais cobiçados das monarquias europeias durante a década de 70.
Chegados a este ponto da história devemos fazer referência ao importante papel que desempenharam nela a rainha-mãe, avó de Carlos, e Ruth, lady Fermoy, a avó materna de Diana, uma mulher de carácter forte, por cujas veias corria o voluntarioso sangue irlandês. Estas duas damas da corte conspiraram e fizeram uso de toda a sua manha e engenho para possibilitar o máximo número de encontros entre Diana e Carlos, conseguindo que este finalmente visitasse frequentemente a casa dos Spencer com o motivo da de participar em diferentes festas e caçadas. Deveríamos perguntar-nos porque é que estas duas damas inglesas conspiraram para que os seus respectivos netos se vissem e chegassem a decidir casarem-se. Os interesses de lady Fermoy são, sem dúvida, fáceis de imaginar. A avó de Diana viu que com este casamento a sua neta poderia conseguir o sonho máximo de qualquer jovem aristocrata inglesa: não só passaria a pertencer à família Real, mas converter-se-ia na princesa de Gales, e portanto na futura rainha consorte. Pelo seu lado, a rainha mãe, dado que o seu querido neto estava a entrar preocupantemente na casa dos trinta sem mostrar nenhum desejo de casar-se, pensou com certeza que Diana, uma rapariga sem passado sentimental, de carácter tímido e aparência ingénua, seria a excepcional personagem de que tinha estado à espera Buckingham para o seu já não tão jovem herdeiro». In Alícia Gallotti, Diana, Os reis voltaram-lhe as costas, O povo abriu-lhe o coração, Projecto Editorial, tradução de Nuno Crato, 2002, NIF A 614-261-28.

Cortesia de PEditorial/JDACT