sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A Literacia. Um Profundo Envolvimento com a Tradição Escrita. Jacinta do Céu Conceição. David Olson. «… também, num teste de avaliação directa dessas competências. Este estudo utilizou como população de referência, indivíduos dos 15 aos 64 anos, residentes em Portugal Continental, cuja amostra contou com 2449 indivíduos»

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Estudar não é só ler nos livros
que há nas escolas.
É também aprender a ser livre,
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante,
sem ideias tolas.
Ler um livro é muito importante,
às vezes urgente,
mas livros não são o bastante
para a gente ser gente.
É preciso aprender a escrever,
mas também a viver,
mas também a sonhar.
É preciso aprender a crescer,
aprender a estudar.
[…]
Estudar também é repartir
também é saber dar
o que a gente souber dividir
para multiplicar.
Estudar é escrever um ditado
sem ninguém nos ditar;
e se um erro nos for apontado
é sabê-lo emendar.
É preciso, em vez de um tinteiro,
ter uma cabeça que saiba pensar,
pois, na Escola da vida,
primeiro está saber estudar.
[…]
Estudar é muito
mas pensar é tudo!
In Ary dos Santos

«Em 1987, os ministros da educação de todos os países da União Europeia, após a constatação do elevado grau de iletrismo existente na Europa, encomendaram à União Europeia o programa A prevenção e a Luta contra o Iletrismo. Este, desde logo, permitiu, fazer um diagnóstico da situação e desenvolver um programa de intervenção para prevenir o ileterismo. Neste, verificou-se que, por razões distintas, todos os países da União Europeia tinham grandes problemas nesta área. Exemplo de tal, foram os resultados obtidos por Portugal, que denunciaram a inexistência, na altura, de uma generalização da escolaridade básica, bem como os que frequentavam ou que a já teriam frequentado antes, não tinham adquirido um domínio suficiente de leitura e de escrita que lhes permitisse a sua utilização nas diversas situações quotidianas.
Mediante esta constatação, adveio em Portugal, a necessidade de um estudo mais específico e adaptado, para um melhor conhecimento do problema, cingindo-se particularmente ao território Nacional. Em 1995, apareceu o Estudo Nacional de Literacia, coordenado por Ana Benavente, 1996, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, com a colaboração das estatísticas do INE (Instituto Nacional de Estatística). Este estudo tinha como principal objectivo avaliar a literacia da população adulta, tendo em vista a identificação da estrutura de distribuição das respectivas competências e, ainda, a identificação e análise de factores e dos processos sociais que lhes estão associados” (2005). Devido à natureza processual e dinâmica, esta análise exigiu a adopção de metodologias de avaliação directas e indirectas. O trabalho de campo do Estudo Nacional de Literacia baseou-se num inquérito de caracterização sociográfica, práticas correntes e de auto-avaliação de competências no uso de materiais escritos e, também, num teste de avaliação directa dessas competências. Este estudo utilizou como população de referência, indivíduos dos 15 aos 64 anos, residentes em Portugal Continental, cuja amostra contou com 2449 indivíduos.
Segue-se abaixo o quadro ilustrativo deste mesmo estudo e ainda, um gráfico baseado na distinção dos vários níveis de literacia catalogados.

População total e Amostra. Estudo Nacional de Literacia
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Resultados globais da distribuição da população
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Estes resultados vêm sublinhar que cerca de metade dos inquiridos (10,3% no nível 0 e 37% no nível 1) tem dificuldades no uso da informação escrita na vida quotidiana. O Estudo Nacional de Literacia permitiu, com os resultados apresentados, completar o conhecimento do perfil de instrução e de competências dos portugueses, sublinhando as dificuldades que subsistem neste domínio para a população fixada dos 15 aos 64 anos. Também no sitio que tem como título Leitura, literacia e acesso à informação (…) é feita uma abordagem substancial ao tema, mas com a recomendação de algumas obras e links para um melhor conhecimento do mesmo. Neste, são descritos os problemas que parte da população enfrenta, denunciando, desde logo, os baixos níveis de literacia». In David Olson, Jacinta do Céu Laranjo Conceição, A Literacia é um Profundo Envolvimento com a Tradição Escrita, Faculdade de Economia, Universidade de Coimbra, Fontes de Informação Sociológicas, 2005.

Cortesia da UCoimbra/JDACT