domingo, 18 de agosto de 2019

Gnose. Philip Gardiner. «Os segredos da Antiguidade são mais profundos do que a maioria das pessoas suspeita. A verdade sobre algumas das mais enigmáticas questões da história da humanidade, incluindo, entre elas, o Templo de Salomão…»

Cortesia de wikipedia e jdact

A verdade sobre o segredo do Templo de Salomão
«Muitas pessoas não sabem o significado da palavra gnose; outras acham que ela quer dizer apenas conhecimento e param por aí. Entretanto, ela tem um significado mais profundo. É a palavra que deu origem ao título gnóstico, ou aquele que tem um conhecimento especial. A verdadeira definição do termo gnose é a experiência mística do Divino directamente em si mesmo. É a realização da nossa verdadeira natureza que não pode ser discernida por intermédio de dogmas ou doutrinas intelectuais, mas somente pela experiência. As crenças e os segredos supremos dos cristãos gnósticos constituem um mistério para a maioria das pessoas. Eles praticam uma espiritualidade que é, sem dúvida, mais oriental do que a versão do cristianismo tradicional ocidental. Como diz Mateus, no livro de Tomé: porque aquele que não se conhece nada conhece, mas aquele que se conhece já adquiriu o conhecimento sobre as profundezas do Universo. Tais são as palavras de Cristo, segundo Tomé, e essas poucas palavras revelam a profundeza do sistema da crença gnóstica. Essa passagem parece dizer que o lugar mais importante para procurar a verdade, o Divino, e o conhecimento supremo do Universo é dentro de nós mesmos.
Os Upanishads dizem que: não é pela argumentação que se conhece o eu. Faça a distinção entre o eu e o corpo e a mente. O eu, o atman, o refúgio mais elevado de todos, impregna o Universo e habita o coração das pessoas. Aquelas que aprendem sobre o eu e praticam constantemente a meditação atingem esse atman imutável e com brilho próprio. Façam o mesmo... O atman é a verdadeira realidade interior, o espírito, ou o elemento do Filho de Deus dentro de cada um de nós. Os alquimistas dizem que o atman jamais morre. Seus dias não têm fim e ele é absolutamente perfeito. O objecivo da gnose é descobrir essa verdadeira realidade interior, que nos proporciona uma profunda percepção do próprio Universo.
Eu lhes darei o que nenhum olho viu, o que nenhum ouvido escutou, o que nenhuma mão tocou e o que jamais aflorou à mente humana. Essas foram as palavras que Tomé atribuiu a Cristo. Os gnósticos acreditam que Jesus Cristo era ninguém menos que o atman, a verdadeira realidade interior de nós mesmos, falando em unicidade por toda a história da humanidade. As palavras de Cristo casam-se com as de outros avatares históricos e religiosos porque ele é um arquétipo que existe dentro de cada um de nós. O verdadeiro Cristo é o verdadeiro Nós, e se pudermos adquirir a sabedoria e o conhecimento desse verdadeiro Nós, ou Cristo, então seremos capazes de ver o que o olho não viu e ouvir o que nenhum ouvido escutou. Entraremos verdadeiramente em contacto com o que jamais aflorou à mente humana porque o que veremos é muito mais do que apenas a criação dá humanidade.
Os segredos da Antiguidade são mais profundos do que a maioria das pessoas suspeita. A verdade sobre algumas das mais enigmáticas questões da história da humanidade, incluindo, entre elas, o Templo de Salomão, está guardada dentro da mente do homem. Essas questões foram identificadas anteriormente por nossos ancestrais, mas as suas respostas se perderam. O homem moderno se esforça para explicar a existência do ser humano usando o pensamento lógico e racional. Mas, ao agir assim, o homem moderno só fez destruir esse conhecimento secreto e não consegue mais entender a linguagem dos nossos antepassados que tão diligentemente registaram as suas descobertas relacionadas à nossa existência, à vida depois da morte e à evolução máxima da nossa própria consciência. Por causa das suas tentativas de manifestar, no mundo físico, aquilo que é místico, a humanidade perdeu o conhecimento desses mistérios, criando quebra-cabeças que agora precisamos resolver. Nunca encontraremos a ossada dos apóstolos, porque eles jamais viveram como pessoas reais. Nunca pegaremos um fragmento da cruz verdadeira, porque a crucificação jamais aconteceu. Nunca encontraremos o Santo Graal, porque ele só existe na mente do homem. E nunca encontraremos o Templo de Salomão, porque ele é o próprio homem.
Noutro momento da História, eu teria sido queimado na fogueira por apresentar o conhecimento contido neste livro. Isso ainda pode acontecer. Muitas pessoas antes de mim tentaram revelar os segredos gnósticos e foram silenciadas ou então forçadas a ocultar a verdade por trás de uma linguagem incrivelmente simbólica que poucos puderam decifrar. Somente aqueles que sabem os segredos têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. Homens a quem chamaríamos hoje em dia de alquimistas e ocultistas esconderam o seu conhecimento por trás de uma linguagem e de imagens retóricas que ficaram sobrepostas; foram necessários muitos anos de pesquisa para descobrir a verdade. A linguagem desses adeptos, seja escrita, falada ou artística, tornou-se conhecida como esotérica, e somente aqueles que a entenderem serão capazes de decifrar os seus significados ocultos, que é a definição da verdadeira gnose». In Philip Gardiner, Gnose, O Segredo do Templo de Salomão Revelado, 2005, Editorial Estampa, ISBN 978-972-332-431-0.

Cortesia de EEstampa/JDACT