quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Helena Geraldes. Está em curso a maior erupção solar desde 2005. «A NASA garante, em comunicado, não existir perigo para a Terra. O único efeito será a ocorrência de auroras, especialmente nas regiões perto das zonas polares»

Cortesia da nasa

Com a devida vénia a Helena Geraldes e ao Público

«A erupção solar ocorrida ontem, a mais forte desde uma tempestade solar em 2005, está a enviar em direcção à Terra partículas com carga eléctrica. Mas a maior parte está a ser desviada pelo campo magnético do planeta, sem ter impactos na superfície, diz a NASA.
As partículas ionizadas, expelidas pela erupção no hemisfério Norte do Sol, estão a viajar a uma velocidade superior a dois mil quilómetros por segundo, informa o Centro espacial Goddard, da agência espacial norte-americana (NASA). Os protões (partículas com carga eléctrica positiva) começaram a chegar à Terra ontem e deverão continuar a fazer-se sentir nos próximos dias.

Cortesia da nasa

Ainda que esta erupção tenha sido “relativamente forte” – não chega a ser severa –, não é um fenómeno raro. Segundo Filipe Pires, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, o Sol tem um ciclo regular de 11 anos. “O Sol esteve no mínimo e agora está a voltar a ter uma maior actividade. O máximo deverá ocorrer em 2013”, disse ao Público.



Estas erupções têm origem em manchas solares, “regiões com um campo magnético muito intenso” e que ”podem ser maiores que a Terra, duas a três vezes”.
A NASA garante, em comunicado, não existir perigo para a Terra. O único efeito será a ocorrência de auroras, especialmente nas regiões perto das zonas polares. Filipe Pires diz que o centro de astrofísica e o planetário não detectaram qualquer consequência da erupção solar. “A maior parte das partículas é desviada pelo campo magnético da Terra, uma camada muito grande de atmosfera que nos protege”, acrescenta.

Cortesia da nasa

No espaço, o cuidado deve ser maior. “Os astronautas devem evitar saídas espaciais por estes dias. Mas tirando isso, não deverá haver problemas dentro da Estação Espacial Internacional”, disse Filipe Pires. Ainda assim, o risco maior será para os satélites. “Podem ser induzidas correntes que podem queimar a parte electrónica dos aparelhos e danificar o software. Mas há sempre sistemas de apoio em caso de algo correr mal”.» In Público, Helena Geraldes.

Cortesia de Público/NASA/JDACT