segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Johann Strauss Filho. Schani. Música. Valsa. «Corresponde ao mais aclamado membro de uma dinastia de músicos sem os quais a valsa seria mais uma das centenas de danças esquecidas»


(1825-1899)
Viena
Cortesia de wikipedia e bobjanuary

«É conhecido como Johann Strauss II, com essa numeração romana cardinal característica das casas reais, como corresponde ao mais aclamado membro de uma dinastia de músicos sem os quais a valsa seria mais uma das centenas de danças esquecidas. Quem passaria à História como “o Rei da Valsa” recebeu sempre em casa o nome de ‘Schani’, diminutivo austríaco de Johann, para diferenciá-lo do nome do pai, também chamado Johann. Dir-se-ia que o jovem Strauss estava destinado a competir com a poderosa figura paterna desde a pia baptismal.
Quando ‘Schani’ nasceu, Johann Pai, juntamente com o seu amigo Josef Lanner, já tinham dado à valsa a sua forma actual, e era por isso um músico de grande reputação na sua cidade, Viena, nesse tempo a capital musical do planeta. Apesar de ser ele próprio um músico, assim que alcançou uma posição acomodada, Strauss Pai comportou-se como um típico homem do seu tempo, classe e condição social, opondo-se firmemente à ambição do filho de se tornar músico, uma profissão que, como a de pintor, se considerava pouco digna para um herdeiro burguês.
Foi a sua esposa Anna quem reconheceu o génio musical do filho de ambos e o apoiou na sua vocação, o que o jovem Strauss lhe agradeceria até ao fim dos seus dias. ‘Schani’ não teve outro remédio senão iniciar os estudos comerciais na Universidade Politécnica de Viena, de onde acabou por ser expulso por «conduta contrária à disciplina». Nessa altura, ‘Schani’ já tinha 17 anos e, como o pai abandonara a família, o jovem Strauss sentiu-se livre para se concentrar plenamente na sua carreira de compositor, aprofundando os estudos de música que há anos levava adiante de maneira quase clandestina.

Retrato de August Eisenmenger, 1887
Cortesia de wikipedia

Quando se sentiu preparado, formou uma orquestra e solicitou a sentenciosa licença policial para tocar em estabelecimentos de hotelaria. Para desagrado de seu pai, que avançou com a sua poderosa influência para impedir que o filho cumprisse o seu desejo, ‘Schani’ conseguiu estrear-se com a sua orquestra, a 15 de Outubro de 1844, no casino Dommayer de Hietzing, em Viena.

Strauss contra Strauss
Strauss Pai, furioso com o filho e com o «desobediente» proprietário do casino Dommayer, recusou-se a voltar a tocar neste estabelecimento, que tinha sido cenário dos seus antigos triunfos. A imprensa local divulgou este acontecimento intitulando-o «Strauss contra Strauss», e empenhou-se em continuá-lo, explorando a notícia com tal sensacionalismo que chegou a transformar a rivalidade entre pai e filho numa luta lendária.
Conta-se que, no Verão de 1847, durante as vésperas do santo de ambos, Johann Filho tocou uma serenata dedicada ao pai, tão bela e sentida que motivou a reconciliação entre os dois, graças à música que os tinha separado.

O Rei das Valsas
Depois desta primeira e bem sucedida actuação, foram vários os estabelecimentos que ignoraram a proibição paterna, oferecendo a Strauss Filho a oportunidade de tocar.

Uma tarde co Schani
Cortesia de bobjanuary

A partir de então, e até ao seu falecimento vítima de pneumonia em 1899, a sua carreira foi um incessante rosário de êxitos. Depressa se encarregou da direcção da música de baile da corte e, com apenas 28 anos de idade, dispunha de um corpo orquestral de 300 instrumentistas.

Entre as suas centenas de obras destacam-se valsas como “No Belo Danúbio Azul, 1867” e operetas como “O Morcego, 1874”, hoje consideradas a valsa e a opereta por excelência, que colocaram Johann Strauss II num lugar de honra na história da música». In Wikipédia, Bob January.

Cortesia de Bob January/JDACT